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A relação Médico-Paciente

















A tarefa da medicina no século XXI será a descoberta da pessoa: encontrar as origens da doença e do sofrimento, com este conhecimento desenvolver métodos para o alívio da dor e ao mesmo tempo revelar o poder da própria pessoa, assim como nos séculos XIX e XX foi revelado o poder do corpo” (Cassel, 1991:X).

Os pacientes necessitam, mais do que cuidados físicos, de atenção quanto ao seu bem-estar mental e emocional, nomeadamente quanto aos medos específicos e ansiedades relacionadas com a saúde e as doenças. Necessitam de informação precisa dos exames a realizar e dos tratamentos a seguir, necessitam de qualidade de vida, de apoio às crises pessoais e familiares, etc.

Sempre que não há uma resposta adequada a essas necessidades há insatisfação dos pacientes em relação ao comportamento dos profissionais de saúde e uma avaliação negativa da qualidade dos cuidados que lhes foram prestados. Por outro lado, saber adaptar-se ao perfil psicológico e mental dos pacientes é uma tarefa que obriga o profissional de saúde ao estudo permanente, no sentido da melhoria dos cuidados médicos e da satisfação dos pacientes para que o processo de cura seja mais rápido e mais eficaz.

Sabemos que hoje a medicina não tem tempo para o doente, fruto do processo de cientificização da medicina iniciada em finais do séc. XIX em que, acrescentando-se à relação entre médicos e pacientes o prestígio da ciência experimental que se iniciava, se mantém a indiscutível confiança no médico mas sem diálogo suficiente com o paciente para a recolha de informações clínicas profundas. As consultas duram 10 a 15 minutos e o foco é colocado unicamente nos sintomas físicos e numa terapêutica de alívio dos sintomas e não de resolução da sua causa.

Apesar de não ser seguida pela medicina convencional, é hoje largamente aceite que a promoção da relação médico-paciente conduz ao incremento na qualidade dos cuidados de saúde. Especificamente contribui para melhorar o processo de entrevista médica, facilita a compreensão e memorização das recomendações médicas e, consequentemente, aumenta a adesão, diminui sintomas físicos e aumenta a satisfação do utente. Neste sentido, uma comunicação eficaz, ao permitir a deteção precoce de patologias e ao reduzir os tempos de internamento, diminui os custos associados aos cuidados de saúde.

Em Homeopatia, os princípios de comunicação que orientaram Samuel Hahnemann foram praticados também por Hipócrates, o “pai” da Medicina e servem de base à anamnese homeopática, fundamental para a prática da Homeopatia, uma vez que é a avaliação da pessoa e não da doença que está na base da determinação do remédio individualizado e único, capaz de estimular a força vital do paciente num processo de autorregulação do seu organismo. Essa avaliação faz com que uma consulta de homeopatia tenha uma duração nunca inferior a uma hora. A relação homeopata-paciente é, portanto, também a base do processo de cura por esta medicina.
Para Hipócrates grande parte da arte médica consiste na capacidade de observação do médico. A observação deve ser feita sem nenhum tipo de preconceito ou julgamento, estando o homeopata aberto aos relatos explícitos e implícitos do paciente. Outro dos princípios gerais de Hipócrates é estudar o doente, não a doença. Este princípio, proposto pela primeira vez no tempo de Hipócrates, assentou as bases do holismo, estabelecendo que na compreensão do processo saúde/doença não se divide a pessoa em sistemas ou órgãos, devendo-se avaliar a totalidade do indivíduo. Avaliar honestamente, dando-se importância à leitura prognóstica dos problemas da pessoa é outro dos princípios defendidos por Hipócrates e presentes também na avaliação homeopática.

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